sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A fúria do taxista

Na Aguenta Essa temos um mal costume de frequentar eventos, normalmente as quartas-feiras, e invés de aproveitar para improve our networks, e fazer contatos profissionais, pensamos que estamos em festa de república, bebemos, fazemos muitas amizades, cometemos inúmeros bafões e bebemos.

E foi numa noite de quarta-feira mercurial que mais um evento surgiu nas nossas vidas. Inauguração de uma nova linha de laptops no Club A, com direito a showzinho praticamente particular do Ed Motta e muito espumante!

O evento foi perfeito, até dança da bicicletinha teve... o Ed Motta não tocou claro, mas nós dançamos... enfim,muitos e muitos bafões. Felizmente, e até excepcionalmente, não subi no palco, mas fui atrás do mesmo em busca do Ed pra tirar um retrato, enquanto a Karlis, um tanto alterada, buscava a Dani com a máquina (elas demoraram uma meia hora) e eu fiquei diante do Ed Motta, deslumbrada pelo show do cara, mas completamente incapaz de falar qualquer coisa que fizesse sentido, então, de braços abertos, soltei um:

“Que show Ed!!!!!!!Que show!!”
“Você gostou?” ele me perguntou já me abraçando.
E eu "demais... SUCESSO Ed!"

E me perdi naquele mundo de abraço do Ed Motta... fiquei mais fã ainda, o cara tem um vozerão e ainda é simpático com o público levemente embriagado que vai presitigiá-lo!

Na volta pegamos um taxista muito divertido, que aguentou essas três malucas enchendo e gritando loucuras dentro do carro. Eu fui prontamente na frente falando “eu vou na frente, eu tô sóbria” mas na verdade eu falei assim “eu vvzzouu na frentchiii, eu tôoouuuu xooobria” - tem gravado =(

Graças a Dani, que teve a ideia de filmar a corrida de táxi, eu pude perceber o quanto estava sóbria! E foi ela também que editou e fez esse vídeo aí embaixo. Ainda temos mais uns três vídeos com uma lata de atum Gomes da Costa que a Karlis achou no criado mudo da Dani (?????) - acho que ela já saiu alterada de casa msm - e eu achei a maior graça do mundo filmar o atum, tirar foto com ele e com as meninas que foram estender pano de chão numa madrugada de quarta...

Estavamos falando do nordeste quando o taxista contou que a mãe dele era pernambucana e não teve como não lembrar do nosso querido amigo Oberdan. E a Karlis só queria saber se ele conhecia o Oberdan... quer ver se ele conhece? Assiste ae...

http://www.youtube.com/watch?v=GXvsyLgN_d8

Fica a dica: evite falar do Pernambuco perto da gente, a não ser que você conheça o Oberdan!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cable Guy!!!!!!!

Logo que mudamos eu (bru) tava andando no shopis com a Karlis e ficamos babando no stand de uma Tv a cabo, assistindo uma TV sem chiados e a enorme propaganda: TV + TEL + INTERNET! Parecia um sonho em forma de combo. Pensei que não precisaria mais assistir novela no Rangos - no último capítulo ficamos só nós duas e os garçons deste buteco, as portas já tinham sido fechadas, mas precisávamos ver o Raj ressuscitando – e finalmente íamos utilizar o telefone que estava instalado desde o dia da mudança apenas de enfeite no corredor. Bom, o tel também foi muito útil em bebedeiras e afins – depois conto do Open House.

Depois da Carol (mocinha da Tv a cabo) nos mostrar mil combinações fechamos: TEL + INTERNET. E em poucos dias estaríamos de volta ao mundo digital e inseridas de novo à sociedade tecnológica.

Como nada, exatamente NADA acontece normalmente nessa república, demoraram meses para instalar o cabo! A Karlis, signatária da conta, ficou até amiga da Carol, falava mais com ela no tel do que com o namorado. Primeiro falaram que podiam instalar, na semana seguinte só poderia ter telefone, na outra só TV a cabo (e nem fazia parte do plano), depois iam puxar o cabo para o prédio todo, de repente não precisava mais... Foram milhares de emails de reclamação, vários dias em que levamos balão do cable Guy, até algumas vezes que ligavam pra Karlis, no meio do dia, sem aviso, falando que estavam na porta do prédio, pra alguém atender...

Teve até um dia em que cheguei em casa e a Dani tava sentada no computador, mexendo em algumas coisas e a Karlis perguntou se ela tava brincando de escritório, já que não tínhamos internet... não pensei duas vezes e fui correndo ao telefone, pois ele estava ‘tocando’ e era uma ligação para a Sra. Danielle (a CEO do escritório). A Karlis prontamente levou o telefone até a Sra. Danielle – arrancou ele da parede mesmo pra Dani atender- e eu tive que ir atrás de um outro aparelho (que estava numa caixa na lavanderia) para continuar a brincar de secretária. Ficamos uma meia hora ‘brincando de escritório’ e as funções eram: Dani –CEO, Bruna- secretária e o cargo da Karlis não descobrimos até hoje, apenas sabíamos que ela queria uma promoção pq ela estava muito solícita a Sra. Danielle.

Apesar do divertimento, não agüentávamos mais estarmos fora do mundo virtual e não saber mais das atualizações dos orkuts alheios.

Depois de muitos meses de negociação e amizade com a Carol, vieram instalar a internet e o telefone! Que alegria! De volta à era da telecomunicação, horas no Orkut e até chatroulet. Só faltava uma coisa para vida ficar completa: uma TV sem chiados!

E o Rafa colocou a cereja que faltava no bolo: puxou um gato para TV e a Karlis ainda sinalizou com um papel colado ao lado da fiação, que dizia: “Oi, eu sou um gatinho!” Aí sim nós vimos vantagem!!!! Não funcionavam os canais a cabo da TV, mas não chiava mais e até abria Disney Chanel às vezes, good enough!

Mas as coisas estavam indo bem demais, normal demais para a Aguenta Essa e de repente tudo parou de funcionar. O sinal caía por algumas horas, tinham uns esquemas de desligar o roteador, bater no modem, mas chegou um dia que nem isso funcionava e pifou de vez =(

A Karlis voltou a falar diariamente com a Carol e levamos mais alguns bolos dos prestadores de serviços. Até uma noite que marcaram de irem em casa às 22h30. Acostumadas com os foras e com o calor que fazia naquela noite, duvidávamos que ia aparecer alguém, o cara devia estar em algum bar, e estávamos diante da TV chiada, de pijamas, desiludidas... e a campainha toca.

Se não me engano foi a Ju que desceu correndo para abrir a porta e ficamos tão felizes que nem pensamos em trocar o pijaminha de verão por alguma roupa descente. Reparei que o moço já foi chegando com um sorriso no rosto e me questionei sobre a sua felicidade em estar trabalhando numa hora daquelas e numa noite tão quente... enfim, sentamos na frente da TV para falar quando melhorasse o sinal, e nos esquecemos completamente do ‘gatinho’. A Dani foi a primeira que lembrou e de repente ficou simpaticíssima com o Cable Guy. Ela também estava estrategicamente passando a roupa entre o corredor (onde o cara tava) e a sala e, desde então, eu não sabia que era possível ser tão sexy ao passar a roupa! Mesmo com os nossos esforços de simpatia forçada e oferecendo até cerveja pro cara, ele foi à sala e falou: ISSO É ILEGAL, TEM UM GATO AQUI! “Um gaaato não, um gatinho” – respondi friamente. E todas argumentaram: “é para assistir a novela”, “a gente assistia num bar, você não imagina a situação, o povo querendo ver Sportv e a gente pedindo pra deixar na Globo”. Ele falou seco: “EU NÃO VI ISTO AQUI, OUVIRAM? ESTÁ TOTALMENTE FORA DOS PADRÕES, ISSO CABE UMA MULTA. SE VIER OUTRO TÉCNICO DIGAM QUE EU NUNCA PASSEI POR AQUI! E O QUE ESTAVA DANDO PROBLEMA É ESSE GATINHO DE VOCÊS... (silêncio na sala, as quatro com cara de dó) mas eu troquei a peça e toma aqui meu celular, qualquer problema me chama, não chame outro técnico porque pode ficar feio para vocês”.
O mocinho virou o prestador de serviço mais legal que conhecemos e conseguimos um gato com o próprio cable Guy. Agora quando abre o sinal da TV a cabo, não vem só Disney Chanel, mas todos os canais!!!!

Fica a dica: não há nada que quatro meninas com pijaminhas de verão e carinhas de sonsas não consigam!

OBS.: A experiência de receber visitas inesperadas com pijamas de inverno não foi nem um pouco proveitosa. Tenho até vergonha de postar, mas também pq fui aceitar o presente da minha mãe e dormir até hj com uma calça de bailarino de salsa???

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Chuveiro paralizador!!

Oi pessoal, aqui é a Karla. Este é meu primeiro post e farei com que ele seja muito especial e bafudo. Dedicarei este post a uma semana única em nossas vidas.

Segue aí, aguenta essa: há mais ou menos um mês enquanto a Juliana tomava banho e a Bruna assistia TV (provavelmente a Luciana na novela) e a vida parecia seguir normal para um quarta-feira noturna até que houve um grande estrondo tipo a buzina paralisadora vindo do banheiro e em seguida um grito seco e sufocante. Mas o estranho foi que após a grande explosão aconteceu um silêncio, o que na cabeça das outras moradoras era sinônimo de morte.

Prevendo encontrar um cadáver torradinho no chão do banheiro, a Bruna teve uma ideia bastante curiosa, ou seja, seguindo o raciocínio que poderia haver uma descarga elétrica, ela curiosamente adentrou ao banheiro com uma bolsa na mão. É, uma bolsa (?). O que ela encontrou foi a Juliana paralisada pela buzina paralisadora na toalha com uma expressão um pouco pálida que lembrava o gatinho do Shrek. O chuveiro ainda estava ligado e a Dani com os movimentos by Luciana devido à cirurgia, toda atrapalhada, também saiu correndo. Aí, elas desligaram o disjuntor e o próprio chuveiro e lamentaram pelo ocorrido com a Jú.

Pânico e histeria preencheu o fim da noite e no dia seguinte eu tomei algumas broncas da Bruna pois eu havia deixado algumas bolsas em cima da caixa de eletricidade. Eu apelei para o Rafa e ele, graças a Deus, no dia seguinte consertou tudinho e ainda várias outras coisas que estavam demandando manutenção.

A vida então voltaria a seguir tranquila? Era o que eu imaginava, era o que nós imaginávamos, era o que o Seu Benê (administrador do imóvel) imaginava.

Esta segunda-feira entrou e tudo foi água abaixo (entendeu o trocadilho?)

Chegando em casa do trabalho, me dei conta que o chuveiro estava intermitente e de repente fumaça e decepção novamente. Nada de banho de novo. Eu esperei as meninas chegarem, contei a novidade e desta vez não podia contar com a ajuda do Rafael novamente pois ele estava sem carro. Na mesma noite, nós todas tomamos banho na vizinha Illia, quem muito solícita, nos ajudou prontamente. Fica a dica: ter bom relacionamento com a vizinhança é de extrema importância para a sobrevivência humana.

No dia seguinte, a Dani recebeu dois prestadores de serviço da área elétrica e o laudo era assustador. Novamente, pânico e histeria permeava o ambiente doméstico. Passamos a saber que toda a fiação de casa tinha apenas 2 mm enquanto o mínimo suportável seria 6mm. Todas estariam em perigo de morte, tudo poderia pegar fogo a qualquer momento e contaríamos com chuveiro somente após a troca de toda fiação, o que custaria R$400 ou R$1.500 segundo os orçamentos. Grande burocracia estava por vir já que dependeríamos da imobiliária para a aprovação do orçamento e o pior: até lá, nada de banho.

A semana andou com grandes negociações com a imobiliária, nervos a flor da pele, corpos sujos e muitos, mas muitos banhos de canequinha, além dos banhos descolados na casa dos amigos, vizinhos, parentes e até chefes (usufruímos do chuveiro da chefe da Dani). Ah! E há também quem tenha estreado o bidê..argh!

O medidor da qualidade de vida estava com baixa pontuação, pois saneamento básico costuma ser um fator decisivo. Mas para mim, o medidor foi a zero na quarta-feira. Este, definitivamente, foi um dia difícil para mim. Eu havia trabalhado o dia todo e ido para a aula no período da noite e fui chegar em casa perto da meia-noite após uma hora e vinte minutos de tranporte público. Eu estava bem destruída, mas a casa ainda guardava surpresas para mim, mesmo eu sabendo que esta república é a versão urbana e paulistana do programa "No Limite", eu ainda me surpreendo.

Analise se você aguentaria essa: Após alguns dias sem banho completo, você em casa chega meia-noite após muito trabalho, aula e muito transporte público. A temperatura varia perto dos 10 graus Celsius e mesmo assim, motivada, você pondera que um banhinho de caneca não seria algo tão difícil. Aí que você se engana. Eu segui para o fogão e coloquei uma panela grande com água para ferver, mas estranhamente ela demora para esquentar. E demora mais. E demora mais. Já são uma da manhã e quando me deu conta: O gás também havia acabado!!!

Sem chuveiro, sem gás e sem forças, eu sentei na mesa da cozinha e comecei a chorar. Às vezes, a vida parece mesmo estar nos testando. Eu derrubei algumas lágrimas sentada na mesa da cozinha e pensei em desistir quando a Bruna chega na cozinha e finge se solidarizar e começa a passar a mão na minha cabeça, mas eu conheço bem o tom piadista da minha amiga e liberei ela:

-Bruna, pode rir, não precisa chorar comigo.

Claro que ela soltou a maior gargalhada e eu também.

Eu fiquei sentada mais alguns minutos, reavaliei a vida e pensei na alternativa de usar o microondas e fui para a luta. Esquentei um balde inteiro em vários pequenos tupperwares, fui para o "banho" e depois fui dormir, eram quase duas da manhã.

A semana se arrastou até sábado - dia em que o eletricista viria trabalhar e teríamos então banho quente novamente. Mas nada é assim tão simples nesta casa.

No sábado eles vieram, fizeram mil ajustes e tudo parecia caminhar para o objetivo final quando a Dani entra no quarto dizendo que alguém estava sendo levado para o SAMU, que alguém tinha fraturado algum o osso e que este alguém era uma dos eletricistas. Pânico e histeria!!!

Corremos escada abaixo e eu encontrei a aniversariante do dia - Dona Dirce com bobes na cabeça e um lenço por cima (idêntica a Dona Florinda), ela estava acompanhada da famosa Dalva (há uma especulação que diz que elas formaram uma dupla sertaneja na juventude), além de alguns profissionais do SAMU, um senhor fraturado totalmente imobilizado na maca e o Luciano (eletricista) me deu um sorriso sem graça. Tentando me convencer que o senhor fraturado não era parte do corpo de eletricistas que operava em casa, eu tentei a sorte - perguntei para a Dona Dirce se ele era parente dela. Ela prontamente me respondeu:

-Não!!! (Seca) Ele está fazendo manutenção aí no seu andar.

Caraca brother!!! O que eu deveria fazer??? Meu coração parou por alguns segundos e em seguida tentou sair pela boca, mas eu não deixei.

Aí, o tiozinho do SAMU fala com o senhor machucado:

-O senhor tem alguma doença?

-Diabetes.

-O senhor tomou medicamento hoje?

-Não.

Resumindo: o senhor fraturou a tíbia, vai ter que passar por cirurgia no Hospital do Jabaquara.

Algo poderia ser pior? O que mais conseguiremos presenciar neste apartamento? Life is crazy.

A Dani e a Jú tinham que sair e saíram correndo, os eletricistas seguiram junto com o SAMU e eu voltei sozinha para o apê. Tudo estava de perna para o ar, fios a todo lado, sem energia, sem banho, sem ninguém, eu chorei. Chorei e liguei para a minha mãe e tentei nove mil vezes o celular da Bruna. Sentei no sofá e fiquei esperando alguém voltar.

A Bru voltou, eu desabafei e o Luciano volta com um novo ajudante - um Bernardo de 12 anos que enfiava a cara dentro da caixa de luz e ligava os disjuntores sozinho. Comecei a temer novamente pela vidas das pessoas em casa. Eu e Bru saimos para o voluntariado e quando voltamos, juntas com a Dani, servimos uma janta de pão com mortadela aos prestadores de serviço e tudo ocorria ok até que o pequeno Bernardo abaixa a cabeça no meio da refeição, tampa o rosto com a mão e fica ali. Eu entrei em pânico e comecei a chacoalhar o pequeno Bernardo que não responde... Nada mais poderia acontecer, né? Seria mortadela envenenada?

-Você está bem? (Eu chacoalhando o menino)

-Você está passando mal? (já gritando e chacolhando ainda mais)

-PELO AMOR DE DEUS! NINGUÉM MAIS PASSA MAL AQUI NESTA CASA! (e o menino não respondia a nenhum contato)

De repente, ele tira as mãos do rosto, abre os olhos e me explica:

-Eu só estava rezando agradecendo pelo alimento.

-Ah! Desculpe.

Ai que vergonhaaaaa!!!

Um dia deste sem um bafão no final não seria completo, não é mesmo?

A manutenção demorou muito e no fim da noite, todas nós fomos contempladas com um banho quente Lorenzetti.

P.S.: O senhor se machucou no mesmo local da escada onde eu já dei uma roladinha, assim como a Bruna já tomou uma torta na cara da Angélica caindo e a mãe da Bruna quebrou um pote de azeitonas verdes e um Lambrusco.
Moral da história: Quando o chuveiro queimar, confirme se ainda há gás.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sábado de sol com o Marildo!!!!

Era um lindo sábado de sol e eu (Bru) e a Karlis fomos levar o lixo reciclado. É sempre “divertido” levar o reciclado porque passamos na frente do bar do Juarez, com caixas de leite pingando, rolos de papel higiênico e latinhas de cerveja amassadas. Só pra contextualizar, o Juarez oferece uma das melhores e mais caras picanhas de São Paulo e sua clientela é, digamos, de classe alta, de Moema. Enfim, sob o olhar dos nossos vizinhos, ligeiramente diferentes da gente, e com aquele cheiro de picanha na brasa, passamos por lá com aquela cara de cachorro faminto tentando disfarçar o pinga pinga do lixo... De repente, em frente ao Juarez, avistamos um salão de cabeleireiro com um preço normal (diferente do preço alto do bairro) e não pensamos duas vezes antes de marcar cabelo (karlis) e pé (eu).
Voltamos no horário marcado e pediram para aguardarmos na sala de espera (eram apenas duas cadeiras), e logo fomos pegar alguma coisa pra ler. O que tinha disponível para relaxar enquanto não eramos atendidas era o jornal Agora (um dos mais sensacionalistas dos impressos) e já estavamos assustadas com tanto assasinatos e roubos que estavamos lendo (detalhe - a Karlis morava em sampa há pouco mais de um mês, e já estava revendo se valia a pena fixar moradia nessa cidade de bandidos e estupradores).
Nisso veio uma senhora de meia idade, bem suada, e se identificou como manicure, me chamando pra uma salinha ao lado. Deixei a Karlis, com uma cara de terror lendo o jornal do Datena em versão impressa, e sentei ao lado de uma menina de no máximo 16 anos que colava as maiores unhas postiças que vi na vida. Eu mal tinha sentado e entrou uma mulher aos berros, gritando mesmo, chamando a Dirce, que a cliente dela estaria esperando. A manicure avisou que a Dirce tinha passado mal, e estava deitada lá em cima. DEITADA????????? DIRCEEEEEE VEM CAAAAAAAAA, SUA CLIENTE CHEGOU... VEEEEEMMMM LOGOOO, LEVANTAAAAA POWWWW... a gritaria gerou um certo desconforto, as clientes se olhavam, mas o pessoal do salão parecia não se importar e continuavam DIRRRCEEEEEEE DESCE AQUIIIIIIIIIIIII A MENINA TÁ TE ESPERANDOOOOOOO, CACETEEEEE. Fiquei mais incomodada ainda quando descobri que a menina que estava esperando era a Karlis, ri muito.
Minha mãe sempre fala pra não usar alicate em salão, pra verificar se está esterelizado. Nunca falo nada, mas a menina de 16 anos tinha os pés mais feios e cascudos da minha vida, o namorado dela de 60 anos mandando ela pintar as unhas de vermelho cintilante também me gerou um certo nojo e acabei perguntando se eles esterelizavam os alicates, e a manicure me respondeu que sim, claro, retirando o alicate do bolso do avental ...
Nisso entra uma cliente (vulgo Dercy Gonçalves) com o cabelo metade feito e metade molhado surtando na salinha das unhas...ELA TAVA QUASE TERMINANDO MEU CABELO E TEVE QUE PARAR PRA FAZER O CABELO DAQUELA MENINA, PQP, NUNCA MAIS VOLTO AQUI... e ela começou a quase chorar e continou o escândalo, ELA PÁRA O MEU PRA FAZER O DA OUTRA, QUEM AQUELA MENINA É PRA ELA PASSAR NA MINHA FRENTE, HEIN????
Pensei na Karlis de novo e engoli a risada mais uma vez... a manicure estava literalmente detonando meu dedão e me tirou tantos bifes que quase acabou com o pozinho de fazer parar de sangrar... e eu só lembrava da minha mãe falando NÃO VAI USAR ALICATE SEM ESTERELIZAR, VC VAI PEGAR UMA DOENÇA, BATER A CABEÇA E MORRER...
A Karlis entrou na sala, eu mal reparei no cabelo dela, eu estava com muita dor, ela falou que já ia embora, quase fui junto, mas o meu pé ainda estava sendo mutilado...comecei a reparar que a manicure estava suando demais e nem tava tão calor... nisso ela levantou a cabeca e estava encharcada... estava na menopausa, até me pediu desculpa enquanto limpava o rosto com a toalha que estava embaixo do meu pé, pingando uma gota de suor no meu dedão aberto, juro, nessa hora já estava pensando onde faria um exame de sangue geral – quando ela colocou a mão no bolso e deu um grito de dor, tirou a mão com o alicate grudado no dedo, me senti no Jogos Mortais.
Ela sujou a toalha inteira de sangue e, em meio ao sangue dela, o meu e o suor pingando em tudo isso, eu sai quase que correndo de lá... mal olhei para o meu pé. Chegando em casa, ainda assustada com os gritos, sangue e suor, encontrei a Karlis com o cabelo preso e quando ela soltou para me mostrar, a franja ficou reta, só que pra cima, dura... ela não sabia o que fazer porque estava saindo para ir no casamento da chefe... ainda estava com dor de cabeça de tanto puxarem o cabelo dela e me confessou que tinha certeza que classificaram o cabelo dela como afro. A escova deixou o cabelo dela tão duro que tivemos que dar um jeito em casa pra não parecer uma peruca de playmobil. Ela quase perdeu o couro no salão e teve que fazer hidratação durante meses pra recuperar o cabelo.
Quando olhamos no meu pé percebemos que além de estar estourado, com cada unha de um tamanho, os dois dedões estavam brancos, enquando os outros dedos estavam pintados mais claros... nisso a Dani passou e fomos num forró, queria ir de bota, juro, mas tive que colocar uma sandalinha e dançar a noite inteira olhando para os dedões brancos... tentava disfarçar, mas sempre tem gente que dança olhando para o pé, e depois subiam a cabeça e me olhavam com uma cara estranha... deu vontade de falar que era a mais nova moda de Paris – dedões brancos, os outros dedos de renda e cada unha de um tamanho, mas fiquei quieta mesmo.
Ninguém no mundo acreditava que tinha ido ao salão fazer aquilo com meus pés... e Marildo (o nome do salão) virou sinônimo de coisa “bem feita”.
Ficam as dicas: não vale a pena economizar 5 reais e correr o risco de pegar aids!!! Nem todos os salões de Moema são chiques e, apesar de vc nunca ter desconfiado, seu cabelo pode ser afro.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O primeiro de muitos!

Estávamos ensaiando tanto para escrever o primeiro post, pois afinal o primeiro post deveria ser o melhor "bafão" de todos. Nem mesmo imaginava que seria a primeira escrever pois convivendo com 3 jornalistas, com certeza seria mais prudente que alguma delas iniciam-se o Bernar... quero dizer o blog.
Tomei esta liberdade para registrar o meu carinho e amizade pelas minhas rooms mate, por agradecimento à minha festa de aniversário surpresa.
Pode parecer idiota, mas nunca eu tinha tido uma festa que não organizada por mim mesma.
A todos os envolvidos, gostaria de agradecer pelo maior presente de todos os tempos!
Obrigada pelo bolo muito bem feito escondido na casa da vizinha, pelas bexigas na mesa e decoração do Bob Esponja em pleno Bar Capital, pela "Chandon" que vocês conseguiram a muito custo e claro, pela cara de todos os árabes olhando pra aquele buffet infantil em meio a noite árabe, hehehe!

Obrigada : أشكر: Gracias : Tänan : תודה : Thanks : Дзякуй : Merci : 謝謝 : Mèsi